segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Joaquim de Sousa Camargo Penteado


Capitão Joaquim de Camargo Penteado
Pai de Joaquim de Sousa Camargo Penteado
Seu pai foi Capitão Joaquim de Camargo Penteado (* julho de 1810 + 1896) e neto de José de Camargo Penteado casado em 1790 em Itú com Anna Joaquina de Arruda falecida em 1817.
Almanak da Provincia de São Paulo - 1873.



















Sua mãe foi Flóra Maria de Sousa. Neto também do alferes Francisco Antonio de Sousa, de Portugal, e de Anna de Almeida Lima. Joaquim de Sousa Camargo Penteado foi o segundo dos 8 filhos do casal  - Capitão Joaquim e Flóra Maria;

1 José Braulio de Camargo
2 Joaquim de Sousa Camargo Penteado casado com Augusta Umbelina Alves de Lima
3 Maria Flóra de Sousa Camargo
4 Francisca de Camargo Penteado
5 Idalina de Camargo Penteado
6 Anna Joaquina de Camargo
7 Dulcelina de Sousa Camargo
8 Antonio de Sousa Camargo

Joaquim de Sousa Camargo casou-se com Augusta Umbelina Alves de Lima, foi fazendeiro e trabalhou no cultivo do Café em diversas fazendas alternadamente localizadas no interior de São Paulo. Foi um dos últimos representantes de uma geração que ficou conhecida como a dos "Barões do Café".  E que conheceu o final deste tempos de forma trágica como será contado.

Nesta foto vemos 4 de seus filhos, aqueles que ainda moravam com ele, e sua esposa Augusta.
Da direita para a esquerda de pé; Manoel Custódio, João Lourenço, Manoela Angélica, Sybilla.
Sentados; Joaquim e Augusta Humbelina. (1900)
Seu pai, o Capitão Joaquim de Camargo Penteado foi produtor de 'assucar'. Em minhas pesquisas encontrei seu nome no ALMANAK LAEMMERT juntamente com o de seu filho Joaquim de Sousa Camargo, no ano de 1885 nas páginas com informações sobre a cidade de Tietê, no interior de São Paulo, onde seu nome consta entre os fazendeiros da época e seu pai como dono de engenho de 'assucar'.

Junto com Augusta, Joaquim teve 8 filhos (assim como seu pai);

                    1- Eulálio Augusto Alves de Camargo (Lalíco)
                    2- Rosalina Alves de Camargo
                    3- José Custódio Alves de Camargo (Juca)
                    4- Sybilla Alves de Camargo
                    5- Manoela Angélica Alves de Camargo (Nhazinha)
                    6- Manoel Custódio Alves de Camargo (Dico)
                    7- João Lourenço Alves de Camargo (Jango)
                    8- Flora Alves de Camargo (Florzinha)


Joaquim de Sousa Camargo
Penteado 1900
Todos eles contraíram sarampo ao mesmo tempo e a pequena Flora não resistiu a doença. Fato que Augusta Umbelina carregou com muito pesar até o fim de sua vida.

A história que sobreviveu até os dias de hoje era contada por seu filho João Lourenço a seus filhos, incluindo sua filha Augusta Alves de Camargo (minha avó) a qual me contou os fatos que deram sequencia a morte trágica de Joaquim de Sousa Camargo.
Como em toda história muito antiga, detalhes tornaram-se borrões de uma memória que se apaga pouco a pouco no tempo. E para que esses borrões não desapareçam completamente, escrevo aqui a síntese do ocorrido;
 “Joaquim era um fazendeiro e negociador de fazendas. Ao longo de sua vida cultivou e negociou diferentes fazendas no interior de São Paulo. Comprava e vendia terras de tempo em tempo. Em suas fazendas trabalhavam imigrantes Italianos, e entre eles uma dessas moças (Marieta), filha de um casal de Italianos que vieram da Itália para trabalhar na lavoura de café acabou casando-se com seu filho (João Lourenço).

Em registro de 1885 vemos que era fazendeiro na cidade de Tietê com sua esposa e filhos.

Não se te idéia exata hoje de por qual motivo, mas é sabido que no início do século XX, devido a uma dívida, Joaquim Hipotecou sua fazenda por 20 mil réis a uma prima dele que também possuía terras na região, e veio para a Capital de São Paulo para visitar parentes, possivelmente suas irmãs.

ALMANAK LAEMMERT 1885 - Joaquim Aparece Entre
 entre os fazendeiros da cidade de Tietê.
Em São Paulo ele recebeu uma carta dizendo que voltasse o mais rapidamente possível para sua fazenda, porque ela estava correndo risco de ser tomada.

Assim que retornou sua prima, a qual havia confiado a hipoteca da fazenda, havia vendido as terras a Cunha Bueno, fazendeiro que tinha terras na mesma região da fazenda de Joaquim.

Não tendo escolha, a fazenda foi entregue com muito pesar por parte da família. Que chegou tarde demais para negociar a hipoteca.

No caminho de saída da fazenda em um trole com uma manta Joaquim começou a passar mal. Retiraram-no do trole ao sair da fazenda e o colocaram num barranco onde ficou com a cabeça apoiada no colo de seu filho João Lourenço. Joaquim teve um mal súbito e morreu ali mesmo na entrada da fazenda que a pouco havia perdido.”

Esse fato pode ter ocorrido por volta de 1905, provavelmente. E seu filho João Lourenço por muitos anos contou a tristeza de ter perdido o pai em seu colo.

A única foto de Joaquim de Sousa Camargo foi tirada em sua fazenda em 1900 poucos anos antes de sua trágica morte.

 
Alguns dos seus filhos administraram suas fazendas e posteriormente outras fazendas como – Eulálio Augusto, João Lourenço e José Custódio que mais tarde também teve a sua fazenda. Pouco se tem de informações sobre José Custódio que aparece em duas fotos em momentos distintos. Apenas é conhecida a história que de que após feri-se na perna esse ferimento evoluiu e acabou causando sua morte.
 
Filhos de Joaquim e Agusta Umbelina;  Eulálio Augusto, Sybilla,  Manoel Custódio, João Lourenço, José Custódio, Manoela Angélica,  Rosalina. (Não há nenhuma foto de Flora, que faleceu ainda criança).


Das quatro filhas mulheres, Flora morreu ainda muito pequena, vítima de sarampo, Rosalina casou-se com João Franco Bueno com quem teve filhos; Izabel, Helena, Marinete e Joãozinho.

Sybilla casou-se com seu primo irmão Manoel Alves da Costa Carvalho (oromotor público) que faleceu alguns anos depois morrou até o seu falecimento com sua irmã Manoela Angélica que nunca se casou.
Além da única fotografia ainda temos uma tela desenhada a mão feita a partir desta foto já conhecida.


                      
Tela feita a partir da foto de família. Augusta Umbelina Alves de Lima e Joaquim de Sousa Camargo

Manoel Custódio Alves de Camargo

domingo, 12 de dezembro de 2010

Victalina Dias de Aguiar Arruda

Nascida na cidade de Capivary no ano de 1861. Filha de Gabriellina Dias de Aguiar Toledo e Antônio Manuel Olyntho de Arruda. Vitalina teve dois irmãos;. Teophylo Olyntho de Arruda e Laura Dias de Arruda.
Victalina tem apenas três registros fotográficos, porém deixou uma série de objetos que a pertenceram e perduraram até os dias de hoje. Era uma mulher de bom gosto e não gostava do simples. Louça de porcelana Inglesa (John Maddock & sons LTD – Burslem England), objetos decorativos entre outras peças bem escolhidas. Infelizmente a maior parte dessas peças se perdeu, foi dada de presente, ou simplesmente foram descartadas após o seu falecimento. E as que sobraram sofreram com o constante uso e a ação do tempo.

 Victalina Aprendeu a tocar piano, provavelmente na infância e de acordo com lembranças do meu avó Luiz, a mãe apenas se recordava de uma música, “Sobre as Ondas”, que tocava de vez em quando em seu piano.


Tinha temperamento forte e as vezes explosivo. Apesar da boa educação que vinha de sua mãe Gabriellina.

No livro V da Genealogia Paulista (Toledos Pizas) Vitalina aparece como (solteira) junto com sua mãe, pai, padrasto e irmãos, na época já casados. Isso devido a Vitalina ter se casado tardiamente com a idade aproximada de 37 anos.
Victalina aos 5 anos de idade
(1866)
É conhecida pela família a história de que o casamento teria sido arranjado entre as famílias de Victalina e pelas irmãs de Eulálio Augusto Alves de Camargo (2 ou 3 anos mais novo que Victalina). Quando uma das irmãs de Eulálio, (Manuela Angélica ou Sybilla) quando informaram a família de maneira engraçada. “Falamos com o velho e há possibilidades!” disseram elas entusiasmadas. Não se tem certeza de quem seria o tal “velho”, mas possivelmente tenha sido o padrasto de Vitalina já que seu pai já era falecido.

Eulálio no final do século XIX era viúvo de sua primeira esposa (Carolina de Souza), que havia falecido pouco depois de se casar , vítima de tuberculose.
Resolvido os tramites da união, a primeira prova documental que encontramos, é a fotografia de Victalina enviada para sua “futura sogra” Augusta Umbelina, mãe de Eulálio com dedicatória confirmando o noivado dos dois, onde podemos conhecer a sua rebuscada caligrafia.

“16-de-8-1897 Offereço á minha futura sógra como prova da amizade que lhe consagro. Victalina dias de Aguiar”

Eulalio Augusto Alves de Camargo
esposo de Victalina.

Victalina e Eulálio Augusto se casaram entre os anos de 1897 e 1899. Justamente ano que datam muitas das peças que sobreviveram no tempo como parte do jogo de Porcelana Maddock & sons. Provavelmente presente de casamento.

Da união dos dois nasceu o menino Luiz Gonzaga de Arruda Camargo, (meu avô) em 11 de setembro de 1900. Quando Victalina já tinha 39 anos de idade.

Luiz Gonzaga de Arruda Camargo (com 1 ano de idade, 1901)

Sabe-se que Victalina ainda deu a luz a uma menina que era carinhosamente chamada de “Mani” por seu irmão Luiz. Mas que está durou poucas semanas e faleceu.
É curioso que naquela época a família pediu que tirassem uma foto da menina já falecida para guardarem de lembrança. Essa foto esteve guardada por muitos anos. Mas em certo momento foi descartada por não acharem agradável guardar mais esta fotografia. Mas não se pode julgar o acontecido sem saber a dor que os envolvidos enfrentaram na época.

Luiz Gonzaga de Arruda Camargo com 1 ano


Por conta de sua idade já avançada para a maternidade e após o falecimento de “Mani”, Vitalina não teve mais filhos além de Luiz.


Missal de Vitalina 1896 + ou -

Victalina era uma pessoa religiosa como a grande maioria em seu tempo. E temos em mãos ainda o seu Missal. (pequena bíblia com a qual se acompanhavam as missas antigamente). Parece datar do final do século XIX.

Cartão postal – enviado do Chile por Carolina Aguiar para Victalina em 15-XII-1916

É curioso encontrar entre suas lembranças um cartão postal enviado por sua prima Carolina Aguiar datado de 15 de dezembro de 1916, vindo de Santiago no Chile onde a prima passava férias. O que é realmente curioso nesse cartão é conhecer o endereço onde Vitalina, Eulálio e Luiz viviam nessa época. Alameda Barão de Limeira nº14 São Paulo, Estado de São Paulo Brazil.

Luiz Gonzaga de Arruda Camargo
filho único de Victalina (1901)
Moraram também na rua Ribeiro da Silva.


Teophilo Olyntho de Arruda & (Laura Dias de Aguiar Arruda – sobrinha de Victalina) filha da irmã Laura Dias de Arruda.

Teophylo aparece no Almanack Laemaert de 1885 na cidade de Capivary (cidade em que nasceu Victalina) como membro da Camara municipal de Vereadores.

Teophilo Olyntho de Arruda em 1909

(casamento de sua filha Lenira).


Victalina aos 15 anos - aproximadamente - “A minha muito estimada irmã (Laura) offereço.”

V. D. de Aguiar

Conjunto de louça Inglêsa ( Maddock & sons) 1898

Meus avós comentavam que ela não economizava as peças que possuía. Como lembra minha avó Augusta meu avô comentava que Victalina “colocava tudo na dança”. As louças de porcelana os talheres de prata, porta guardanapos com iniciais dela, entre outras peças.

Castiçal / Bandeja de Porcelana com borda e astes de metal / Collher de Christopher – colherinhas e concha de prata

Colherinhas de Christopher / Porta-Guardanapos / Açucareiro / Enfeite de Anjo

Adicionar legenda
Victalina aos 5 anos de idade em 1866



Vitalina morreu no dia 07/03/1928 aos 66 anos. Vítima de cirose.

Curiosidades


Manoelita amiga

Objetos

História das porcelanas JOHN MADDOCK

Partitura da valsa “Sobre as Ondas”



Os 13 Volumes da Genealogia Paulistana de Luiz Gonzaga da Silva Leme



PRAÇA JÚLIO MESQUITA.



Praça Júlio Mesquita, em 1924.




À direita, a rua Barão de Limeira. Essa praça foi aberta nos primeiros anos do século XX e, no dia 22 de setembro de 1924, recebeu a sua primeira denominação como "praça Vitória". No dia 10 de maio de 1927, o seu nome foi alterado para "praça Júlio Mesquita", Em homenagem a Júlio César Ferreira de Mesquita (1862-1927), jornalista brasileiro, proprietário do jornal O Estado de S.Paulo. A praça forma um triângulo com a avenida São João, a esquerda e e rua Vitória. Foto da coleção - Eli M. de Moraes
 
Caligrafia de Victalina Dias de Aguiar Arruda em dedicatória para futura sogra Augusta Umbelina Alves de Camargo